22 outubro 2013

Sobre relacionamentos atuais, exposição desnecessária e a síndrome do pavão

Poderia ser tema de redação do ENEM, mas são apenas minhas meras opiniões. Ou eu sou uma chata de galocha ou então as coisas estão mesmo invertidas por aqui. Quando se tem a mania de observar muito, ou melhor dizendo, pensar muito sobre algo, você cria opiniões que vão além do “achismo” mas que também não precisam necessariamente serem comprovadas. São simplesmente baseadas nos seus conceitos e paradigmas, que claro, nem sempre condizem com a maioria. E essa é a questão, a maioria.
A exposição desnecessária, da dita maioria, nas redes sociais é algo que me preocupa. Não que eu tenha realmente algo a ver com a vida de cada um, mas pelo simples fato de achar que a sociedade está caminhando a passos largos para lugar nenhum. Em um caminho vazio e fútil.

Parece que a era da tecnologia está modificando não somente nosso modo de viver e pensar, mas também as nossas relações. Porque claro, do que vale você comer um Big Mac se não postar no instagram? Ora bolas, o que seria das nossas vidas se não postássemos de segundo a segundo onde estamos indo, com quem e como, não é mesmo? E não esquecendo, nós nunca amaríamos alguém de verdade se não fizéssemos questão que todos os amigos das redes sociais vissem as juras de amor e nossa suposta "felicidade", que na maioria das vezes acaba mudando de endereço de mês em mês.
Veja você, que até um sentimento nobre como o amor, conseguiu ser infectado por essa nossa futilidade absurda e virou apenas mais uma atualização de status criada pelo tio Zuckerberg. Não ache que sou insensível, muito pelo contrário. Não tenho nada contra recadinhos amorosos no face, foto dos pombinhos ou coisa do tipo. Se assim o tivesse, estaria jogando pedra no meu próprio telhado. Mas é que ultimamente tenho dado muito mais valor às demonstrações particulares, sim, essas que somente dois confidentes dividem. 

Não que eu queira julgar, mas sobre esse excesso de demonstração, tenho sérias dúvidas do real sentimento, da real felicidade, ou se a pessoa está mesmo comendo um Big Mac. A necessidade de autoafirmação, aceitação e a“síndrome do pavão” está fazendo com que vivamos online e simplesmente desvalorizemos o mundo offline, ou pior, nem o vivamos. O que me preocupa é até onde iremos, até onde deixaremos que as coisas mais importantes da vida sejam vulgarizadas desse jeito. Até que ponto chegaremos para obter “likes” que não mudam em nada o nosso dia.

Todos estão conectados o tempo todo, seja sozinho, no shopping, na rua, no ponto de ônibus ou numa roda com amigos. Eu chamo isso de vício, dependência. E me atrevo a dizer que pode ter os mesmos efeitos colaterais que qualquer outra droga dita como ilegal. Entenda, tudo que te aprisiona te faz mal, que liberdade é essa que todos almejam quando ao mesmo tempo deixam coisas tão banais os escravizar? 
A gente se prende em um mundo virtual que embora útil, é frio. Nos tornamos pessoas amarguradas mesmo que sem perceber e passamos a ter dificuldade para buscar relacionamentos e acontecimentos sólidos, reais e acima de tudo nossos. Que ninguém, além de nós mesmos, precisa saber.  Todos envoltos numa sociedade que mal se ouve, mal se fala e mal se vê. 

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