12 setembro 2015

BLOGAGEM COLETIVA: Sobre o seu toque e as borboletas


Ei, fala pra mim que isso tudo não é maluquice, que você também percebe as faíscas quando a gente se olha, me diz que você também sente o mundo mais lento quando eu encosto na tua mão. Me faz acreditar que não é só comigo e que você também morre de ansiedade pra me ver.
Posso tentar me enganar, negar até o fim, mas ultimamente você tá em todos os detalhes, em cada tom de azul do céu, porque você sempre repara nele. Ou que cada filme que eu assisto penso em te contar, ou até mesmo na forma que eu tento relembrar como era estranho o fato do mundo ficar mudo quando as nossas mãos se encontram. Mas não adianta mais mentir, todo mundo já viu que o meu sorriso está mais largo e que agora ele tem nome.
Senta um pouco. Fica aqui. A gente pode fazer daqui o nosso lugar secreto, não precisa acontecer nada, é só você ficar perto de mim, é só a gente mostrar um pro outro o que todo mundo já reparou. 
Ah, eu prometo que as borboletas na parede sabem guardar segredo, mas garanto que elas sentirão ciúmes, porque o olhar, quando é pra você, é muito mais bonito. Mas espero que elas entendam que nem a asa mais colorida me arrepia mais do que saber que você vai estar no mesmo lugar que eu. E espero também que você entenda que eu já rotulei muito as coisas e que rótulo é só a forma de reconhecer algo, e, no meu caso, nunca vi nada assim em todos os meus verões. Espero muito que não tenha visto algo parecido nos seus verões também e entenda que essa plantinha que brotou contra a minha vontade é única, e irei cuidar pra nada tirar a sua beleza, que é de causar inveja em qualquer outra plantinha e que atrai as borboletas mais bonitas. Vem cá, e dá um significado novo pra cada música e me tira o sono pensando mais nas entrelinhas do que na frase, mais nos detalhes que no todo. E, por favor, continue nessa medida, ela não amarga e não enjoa, ela se resume em equilíbrio e ilumina os meus sonhos. Faz um tempo que eu não sinto isso tudo, e é preciso mais tempo para entender essa coisa que não tem nome, mas tem toda a pureza, leveza e simplicidade, como voar das borboletas, mas sem nunca ter tirado os pés do chão, ou as mãos da sua, e, por isso, merece todo o respeito do mundo. Então, tenha paciência, toda a paciência que as lagartas têm até virarem borboletas, e não vai não, fica um pouco mais, não precisa falar nada, é só ficar, fechar os olhos e sentir tudo isso também.
Fernanda Mourelle, 19 anos.
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