03 março 2013

Ao amor da minha vida


Eu não sei por onde você anda, na verdade, não faço a mínima ideia. Há tantas pessoas no mundo que me assusto com o fato de você poder ser qualquer uma delas. Posso te encontrar em qualquer lugar, na faculdade, na padaria, na fila do banco, ou até mesmo olhar para o lado em um dia nublado e perceber que você sempre esteve aqui, bem perto, e eu nem ao menos percebi.
Sabe meu amor, redijo-lhe esta carta para alimentar em minha mente o fato de você existir. Entenda, eu não sei por aí, mas aqui as pessoas chamam qualquer coisa de amor, aqui as pessoas não sabem amar, elas machucam e se ferem sem se importar.
É tanto desamor, meu bem, que eu preciso lhe escrever, pra onde é que você esteja, faça desta ligação imaginária uma ponte pra chegar até a mim.
Eu não tenho pressa, você precisa saber. Mas eu só preciso ter a certeza de que você vai vir, ou que está aqui. Eu preciso te sentir mesmo de longe e saber que você pensa em mim, assim como penso em ti. Que para entender minha loucura, faça uma por si mesmo e que tire da mente a baboseira de completar. Eu te quero completo, vindo apenas para transbordar.
Meu bem, eu não sei você sabe ou se ao menos imagina, mas você vai ter que cantar pra mim. Sim, cantar. Eu não sou tão ligada a melodias e intrumentais, mas como boa letrista, devo assumir que cabe uma vida inteira em um refrão. E falando em música, eu prometo não dar mais nenhuma trilha sonora aos meus “amores”, agora eu só irei escutar uma música, a nossa.
Você também vai ter que me ouvir, ouvir falar de tudo e reclamar também. Você vai ter que me fazer sorrir, sorrir de felicidade, de mim, de você, de alguém, de nós. Você terá que dançar comigo na sala de estar e em rodopios dizer que me ama. Pra falar a verdade, você nem vai precisar dizer, quando no meio da noite eu acordar e ver seus olhos pairando em mim, eu vou saber. Você vai precisar ser paciente e um tanto sarcástico, não vai poder me dar bola em tudo que eu faça e muito menos razão. Eu sou metida a sabe de tudo, do tipo de pessoa a quem não se pode dar moral.
Você terá que fazer do meu problema o seu, e por mais que ele seja insignificante aos seus olhos, considerá-lo o maior do mundo, só porque ele arranca uma lágrima minha. Você terá que ser o maior homem do mundo, não fisicamente e muito menos de arrogância, mas é que eu preciso ver em você o meu refúgio. Você terá que me abraçar, mas aquele abraço que só você saberá me dar, aquele abraço que eu tanto procurei e em você irei achar. Você não precisa ser um ator de Hollywood, mas eu já sei que seu sorriso roubará toda beleza do mundo.
Eu espero que a gente brigue, mas que seja aquela briga proposital, só pra ter o gostinho da reconciliação. Que você me aceite, aceite o passado, os gostos, as manias, os defeitos, as qualidades, os trejeitos. Porque eu também irei te aceitar, e prometo não tentar te mudar. Se mudança vier, que seja apenas para nos acrescentar.
 São delírios meu amor, muitos dirão delírios. Mas eu preciso ter pra mim que você existe. Eu preciso acreditar que essas coisas não são em vão e que em algum lugar, você me vê e me cuida, já de longe.
Entende vai, eu preciso acreditar que alguém há de vir ou que alguém está aqui. E enquanto eu espero, enquanto vou trilhando o caminho que me levará a você, eu torço. Torço e faço figa, pra que quando você chegar, eu saiba e que eu não deixe passar. Que quando você chegar, eu entenda que a minha própria história de amor estará pronta pra começar.

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