08 abril 2013

Caixa Postal


BIP
Mais uma vez, caixa de mensagem. Mas não vou desligar como das outras vezes, vou tomar coragem e dizer após o bip o que eu não tive coragem de te dizer pessoalmente. Não se assuste se minha voz parecer trêmula, faz pouco tempo que engoli as lágrimas que insistiam em rolar. Não, não é tristeza. Você precisa saber que eu estou bem e não minto, mais do que bem, eu estou feliz. 
É que eu sou boba mesmo, nessa minha mania de ser tão eu, deixo esse medo tolo andar lado a lado com a felicidade. Mas não pode ser assim né, meu bem? A gente tem que arriscar, eu sei, não fazer tal ato adoece a alma, incha o coração. Fala pra mim qual é o seu segredo? Como você faz pra ficar tudo assim em paz? Não te bate nenhum medo? Ensina-me essa certeza que você tem, porque é dessa sua segurança que eu preciso.Você também precisa saber, e talvez já saiba, que não vai ser fácil. Essa coisa de ficar na intercessão vai dar trabalho, mas eu sempre gostei do mais difícil, digo logo.
Nunca gostei de promessas, no geral, as pessoas as fazem sem nem ao menos terem ideia do que estão fazendo. Não as julgo, no momento nem mesmo elas sabem que não poderão cumprir. Mas eu lembro da promessa que te fiz, lembro até mesmo de como estava a lua naquele dia, um tom amarelado e cheia, linda. Lembro também de como você me pediu pra não esquecer das palavras por mim pronunciadas, como se eu pudesse esquecer. Minha promessa não foi vazia, por mais que um infinito seja maior que outro, o meu “pra sempre” não foi  só meu, foi nosso. Mas vê se entende que eu sou muito circunstancial, e vê se me ensina que isso não é bom e que é aí que entra o incondicional.
Tão certo sentir e tão difícil ver. É só medo meu bem, é só medo. Medo de te anular, te forçar, mesmo que involuntariamente. Medo de colidir, de não persistir.
São exatamente 4:35 da manhã e eu precisava ouvir sua voz, mesmo que por essa mensagem gravada há alguns meses na sua caixa postal. Sei que o celular está na cabeceira e que você dorme bem ao lado, se em devaneio eu fechar meus olhos posso até mesmo ouvir sua respiração. Eu só liguei porque a lua me fez lembrar que você me deve uma promessa. É aquela mesma lua que embalou nosso beijo. Não venho te pedir um “pra sempre”, porque já disse, o meu é nosso. Peço-lhe que amanhã, quando você vier com esse sorriso que ilumina as esquinas, me encha da sua certeza, me faça esquecer os “poréns” que só existem na minha cabeça. Me olhe nos olhos e diga, diga de forma quieta e sucinta , que a sua segurança é a minha e me ganha. E não esquece de prometer que incondicional é a palavra chave do seu dicionário.
Se por acaso esta mensagem for cortada e não aparecer por inteiro em sua caixa postal, ou se até mesmo minha voz tiver ficado falha, eu termino dizendo que te aguardo amanhã, com seu sorriso, sua promessa, nossa lua e nosso “pra sempre”.
TU TU TU TU..

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...