05 julho 2013

5 minutos

Me disseram que eu só precisava de 5 minutos de coragem, e olha só já se passaram 15 segundos.
Pra começo de conversa, não venha me falar desses seus clichês. Que as coisas são assim, que eu sou o amor da sua vida, que eu sou a única e bla, bla. Eu não preciso de conselhos pré-fabricados, da sua compaixão ou da sua pseudopsicologia. Eu decidi, decidi seguir. Decidi seguir porque correr atrás de pessoas e de momentos é como correr atrás do vento, e olha que o vento não está a meu favor.Sabe aquilo de não correr atrás de quem não daria um passo por você? Tô assim, nesse ritmo. E sobre os vagalumes que você andou caçando por aí, engasgue-se, com todos!
Eu realmente não sei se estou pronta pra assumir o vazio que agora irá ficar, mas pouco importa, sei que quanto mais rápido eu me desintoxicar, melhor.  Afinal, a gente não pode sentir falta do que nunca teve, não é mesmo?  Eu to com medo, confesso, mas eu vou com medo mesmo.
Eu sei, arriscar nunca foi a minha cara, você vai dizer. Mas por acaso você sabe o que tem a minha cara? Você nem ao menos sabe os meus gostos, nunca leu meus textos e nem ao menos se importa com cada lágrima que derramei. Você é como os outros, e assim como os outros, eu te deixei.
Vão dizer que é egoísmo, pouco importa. Uma hora a gente precisa mesmo desse egoísmo necessário, dessa coisa que vem de dentro e te impulsiona andar, sempre, em frente. Chamam isso de amor próprio e eu chamo de “cansei-de-tudo”.  Cansei de você, das mesmice, dos mesmos passos, dos mesmos filmes e principalmente de todo esse saudosismo romântico desnecessário.  Cansei desse seu corte de cabelo, do seu “tic” nos olhos e daquela camiseta verde oliva. Já reparou o quão ridículo você fica com ela?
Cansei do seu jeito de brigar e sempre vir com qualquer conversinha pra me tapiar. Cansei das juras de amor na cama e das desconversas do dia seguinte. Cansei  desse seu sorriso torto que me faz desmontar, do se jeito de cruzar as pernas e de sentar que causam um efeito borboleta dentro de mim. Cansei da sua voz rouca no pé do ouvido, de como você me arrepia com a barba por fazer roçando na  minha nuca. Droga, era pra eu falar das coisas ruins. Ta aí, cansei desse efeito louco que você causa em mim de querer e não querer e de me fazer um paradoxo ambulante.
“Você me tem fácil demais e não parece capaz de cuidar do que possui.” Tocou na rádio essa manhã, e olha, não há música mais perfeita pra embalar essa palhaçada toda que você me fez passar.
Quase 5 minutos e já sinto a coragem indo embora então vai logo, pega suas coisas e some. Some da minha casa, do meu sofá, leva essa droga de vídeo-game, mas deixa o CD do Legião porque o Renato não tem nada a ver com isso.  Olha, passa naquela padaria da esquina, pede o de sempre, vai pro trabalho e se eu te ligar, não me atende. Sai à noite com uma loira gostosa e faz eu ficar sabendo . Tira meu telefone da sua lista, muda de endereço, de estado, de país! Mas some.
Eu posso me arrepender pelo resto da minha vida, mas de mal necessário já basta eu. 5 minutos de coragem, então some.

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