11 janeiro 2013

Quem vai julgá-la?


Quem vai julga-la?
Ela abriu a porta e partiu dali.
Muita gente quer fazer o que ela fez; poucos tem coragem suficiente.
Ela abriu a porta devagar, depois de aberta nem olhou pra trás, foi. 

Quando a gente escolhe mudar de lugar, significa que dentro da gente tudo já começou a mudar.
Ela fez a escolha certa.
Quem vai dizer que não? xs

Mudar é de dentro pra fora.
As atitudes são mero reflexo do que paira sobre o coração.
Estando em paz com o espírito, o corpo há de ser são; estando em constante guerra, devastação. 

Ela saiu daquela batalha ao girar a maçaneta.
Ela não saiu da guerra pois através das batalhas contra ela mesma é que o seu espírito expande as fronteiras.
Ela vai encontrar outras batalhas pela frente, mas ela está bem com seu próprio coração e vai saber a hora certa de abrir a próxima porta. 

Tem gente que a vê escrevendo e acha fácil escrever também o que sente.
Só é fácil quando se faz por fazer.
Quando você tem que expressar o que sente, seu corpo e sua alma entram em mais uma batalha enquanto o seu espírito expande as fronteiras. 

Ela quis sair do tradicional, do convencional, foi ser ela mesma, coisa que muitos poucos tem feito hoje em dia.
Mais fácil é ser o que já existe e fazer o que já se fez.
Ela desejou com todas as suas forças mudar a si mesma percebendo que enquanto se transformava, tudo aqui fora mudava. 

Seguindo o coração, todos a vimos mais autêntica.
Muita gente a crítica afirmando que ela ficou estranha, outros discordam exclamando que não viram nenhuma diferença.
Quem disse que não viu nada só olha pra si mesmo não enxergando um palmo a sua frente além dele próprio.
Quem falou que ela ficou estranha está com dor de cotovelo por não fazer mais parte da rotina dela.

Ela cresceu, se você a ver na rua, você vai perceber que até o timbre de sua voz e a velocidade em que fala as palavras mudou, e cresce quem está do lado dela. 
Ela está por aí seguindo sua vida, não como quem a empurra pra frente por falta de opção, e sim com avidez de uma boa guerreira, leveza de uma moça e nobreza de uma majestade. 

Quem a ver pela primeira vez terá provavelmente duas reações; irá ama-la ou odia-la pois não dá pra ser indiferente a sua presença.
Se não a conhece, olhando ela passar, você vai conhecer.
Se a conhece, você não vai a reconhecer, ela mudou bastante desde a última vez que você a viu. 

Muita gente ficou com medo de abrir a porta como ela fez e hoje estão empurrando a vida como quem empurra um fardo.
Ela foi corajosa e aqueles que a amam de verdade nunca vão a condenar. 

No zan zen do budismo disseram que o desejo é o que nos atrasa e que a felicidade está no não mais desejar.
Mas diria Leoni, totalmente ao contrário, que "o segredo é não ter medo de morrer por seus desejos." 

Ela desejou, amou-se primeiro, quis mudar, e abriu a porta em busca da felicidade.
Ela cresceu.
E quem vai julga-la?
Não tem como a condenar.
Deveríamos seguir o mesmo exemplo dela. 

Será que mais alguém vai abrir a porta?
Precisamos de coragem.
É só girar a maçaneta.
Abrir essa porta fará tudo mudar. 

BARUCK, Guilherme.

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